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Como construir sociedades inclusivas?

Construir sociedades inclusivas - uma parceria estratégica, conseguida com sucesso, para promover a inclusão nas comunidades locais dos parceiros envolvidos, teve mais uma (e a última) atividade de formação internacional.

Tempo estimado de leitura: 3 minutos e 59 segundos

Se tivesses de abandonar a tua casa de um dia para o outro, quais seriam as 3 coisas que levarias contigo?”, “Como imaginas que seria a tua vida, se fosses um jovem afegão refugiado na Europa?” , “Os imigrantes recém chegados devem aceitar ‘as nossas regras’ ou ter a possibilidade de praticar os seus próprios costumes e culturas?". Estas, e muitas outras questões semelhantes foram debatidas, durante a semana passada em Aveiro, entre um grupo de 20 participantes de diversos países e realidades distintas, ainda assim, unidos pela mesma visão e dúvida: como construir uma comunidade mais inclusiva. 

De 3 a 13 de fevereiro foi implementado com sucesso mais um projeto de mobilidade, no âmbito da nossa parceria estratégica, com duração prevista de 2 anos, relativa ao projeto de  Erasmus+ “Building inclusive societies” ("Construir Sociedades Inclusivas"). Sete anos se passaram desde que organizámos a nossa primeira Formação Internacional dedicada à inclusão, em Belgrado, na Sérvia, no ano de 2016. Mal nós sabíamos que em 2023 este tópico continuaria a ser de tão grande relevância como na altura, e que as nossas formações ainda teriam tanto sentido e necessidade de acontecer. Assim sendo, juntamo-nos, uma vez mais, para explorar conceitos como estereótipos, preconceitos e discriminação e, por fim, perceber como todos podemos, enquanto cidadãos ativos, ajudar a erguer comunidades locais mais inclusivas.    

Recebemos jovens ativistas, curiosos e dedicados educadores, psicólogos e voluntários, oriundos das nossas três organizações parceiras: Social Science Works, da Alemanha, PIN da Sérvia e Mentor, da Croácia. Todos partilharam as suas melhores práticas no que toca ao tópico e exploraram ferramentas novas, inspiradoras e úteis. Uma delas foi a metodologia da “Biblioteca Viva” e, dado que aprender funciona melhor pondo as mãos na massa, os nossos participantes organizaram uma destas bibliotecas em Aveiro. O evento decorreu na FNAC Aveiro onde contou com cinco "livros humanos", vindos do Perú, Irão, Sérvia, Angola e Síria, e onde cerca de 40 "leitores" aceitaram o convite e vieram escutar, em primeira mão, histórias de migrantes e de quem trabalha diariamente com eles. Para além disso, os participantes tiveram a oportunidade de experimentar ferramentas do “Teatro do Oprimido”, metodologia de deliberação e marketing de guerrilha. Puseram em prática os conhecimentos, recém adquiridos, de marketing de guerrilha e organizaram uma campanha, nas ruas de Aveiro, para sensibilizar para as situações com as quais os imigrantes se deparam quando chegam a um novo país. Perguntámos aos nossos participantes como se sentiam relativamente a esta experiência educativa e aqui estão alguns dos seus testemunhos :

Isabel, da Alemanha disse:

Uma forma informal de educação. Ao contactar com tópicos globalmente importantes tais como, migração, discriminação, refugiados e inclusão, de uma maneira mais informal e num formato prático, aprendi a aplicar perspetivas diferentes em discussões. Isto teve, também, um impacto pessoal em mim, deu-me uma motivação nova nesta temática e permitiu falar e aprender mais acerca da mesma com diferentes pessoas. No fim, o que mais ganhei graças ao projeto foi interesse numa forma criativa e estimulante de aprender.

Já Marina, da Croácia comentou: 

Tive a oportunidade de conversar com pessoas que se interessam verdadeiramente por fazer o mundo um lugar melhor, que investem o seu tempo livre a educar-se e a obter o conhecimento necessário e que não têm problemas em partilhar a sua opinião com os outros, respeitando as suas opiniões.  Mudei, graças à influência positiva do grupo, no qual não me senti intimidada por expressar a minha opinião e (espero) irei levar comigo esta aprendizagem ao longo da vida , rodeando - me com pessoas assim no meu dia a dia também.

Mila, também da Alemanha: 

Tenho agora mais esperança em todas as possibilidades que temos para cultivar sociedades harmoniosas. Tenho inspiração e energias recarregadas, graças ao poder de  escutar generosamente

 Ana, da Sérvia:

A melhor coisa foi a troca de conhecimentos e experiências com pessoas com vivências diferentes, mas também a introdução a ferramentas novas, altamente aplicáveis para trabalhar com a juventude.

Esta Formação Internacional fez parte da parceria estratégica de Erasmus + “Building Inclusive Societies", cofinanciada pelo Programa Erasmus + e generosamente apoiada pela Câmara Municipal de Aveiro. Para a atividade local" Biblioteca Viva ” tivemos ainda o apoio da FNAC Aveiro.

Nataša Gološin