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  • Desenvolvimento Sustentável

Cinco Anos a Plantar o Futuro

Nos últimos tempos estivemos a preparar as 1000 árvores para esta edição. Aproveitamos esta oportunidade para revelar algumas das iniciativas que temos previstas para o 5º Aniversário do “Plantar o Futuro”.

Tempo estimado de leitura: 6 minutos e 19 segundos

© Helder Berenguer

Até pode ser difícil de acreditar, mas a verdade é que estamos a entrar na 5ª edição do “Plantar o Futuro”. Este marco significante pede por algo especial e, por isso, este ano teremos um conjunto alargado de atividades e iniciativas em Aveiro e Estarreja. Também por isso expandimos a nossa rede de parceiros. Uma vez mais, o projeto volta a ser organizado em colaboração com o Município de Estarreja e a Universidade de Aveiro. Voltamos a ter como parceiros o Núcleo de Estudantes de Biologia - AAUAv, a Faina Académica, o Departamento de Biologia o Exodus Aveiro Fest e, este ano, a Comissão de Faina de Biologia. Renova-se a estratégia da Agora Aveiro de juntar sob uma iniciativa diversas associações, empresas e demais entidades, complementando-se conhecimentos e recursos para organizar um projeto com um impacto real, mensurável e significativo no ambiente, comunidade e participantes.    

A história por detrás do “Plantar o Futuro”

O projeto nasceu em 2014 como “Biologia a Plantar o Futuro”, por iniciativa da Comissão de Faina de Biologia, a estrutura responsável pela organização das praxes do curso na Universidade de Aveiro. O projeto foi criado com o intuito de promover a integração dos novos alunos, canalizando a vontade e energia destes em prol da melhoria da comunidade, com foco na recuperação e promoção da floresta nativa.

Em 2017 a gestão do projeto transita para a Agora Aveiro, com uma última edição do “Biologia a Plantar o Futuro” na Mata de Vilar, no Município de Lousada. Em 2018, no seguimento dos incêndios que assolaram Portugal nesses dois anos, nasce o “Plantar o Futuro”, que passa a abranger toda a Universidade de Aveiro e os seus alunos, docentes e funcionários, com as atividades de reflorestação agora focadas no Município de Estarreja. Desde 2014, somando os resultados do “Biologia a Plantar o Futuro” e “Plantar o Futuro”, contabilizam-se perto de 4000 “adotantes” e mais de 6000 árvores plantadas por cerca de 700 voluntários na Mata Nacional do Bussaco e nos Municípios de Albergaria-a-Velha, Lousada e Estarreja.

O que nos faz continuar?

Os incêndios florestais têm-se tornado uma constante dos verões em Portugal. De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a maioria destes incêndios é causada por negligência, resultante do uso indevido do fogo para a realização de queimadas (pastorícia, agricultura e caça), mas também por “mão criminosa”, ligada ao vandalismo, provocação dos meios de combate aos incêndios, conflitos com vizinhos e vinganças. A desertificação do interior, o mau planeamento florestal e o aumento das temperaturas médias acabam por criar as condições ideais para o alastramento descontrolado destes incêndios.

Ao invés de realizar “apenas” uma ação de reflorestação, com um contacto muito pontual dos participantes com as árvores e a floresta, o “Plantar o Futuro” propõe-se a criar uma plataforma que parte do simples ato de plantar uma árvore para trabalhar e explorar um conjunto de temáticas relacionadas com a sustentabilidade, com foco na preservação da floresta nativa. Os participantes adotam uma árvore nativa, recebem o acompanhamento de uma Linha de Apoio, têm acesso ao Guia Plantar o Futuro, são convidados a participar no Fórum de Partilha de Boas Práticas e, por fim, nas Ações de Reflorestação que incluem, para além da plantação das árvores, Visitas Interpretativas e Atividades de Controlo de Plantas Invasoras. Todas estas atividades procuram fazer do Plantar o Futuro um projeto holístico e integrado, com diferentes momentos complementares de aprendizagem e crescimento.

Como é que o projeto funciona?

Os últimos meses foram passados nas estufas da Quinta do Marinheiro, no Município de Estarreja. À semelhança das outras edições comprámos pequenas árvores nativas - carvalho-alvarinho (Quercus robur), sobreiro (Quercus suber), medronheiro (Arbutus unedo) e loureiro (Laurus nobilis) - a um produtor certificado local. As árvores foram então transplantadas para vasos reutilizáveis, pelos nossos voluntários, com a adição de substrato, oferecido pelos nossos parceiros da SIRO, e colocadas nas estufas. Um trabalho cansativo e laborioso, mas importante para permitir o crescimento e desenvolvimento das pequenas árvores. Desde então têm permanecido nas estufas sob o cuidado e atenção dos técnicos do Município, assegurando a sua rega e remoção de “ervas daninhas”.    

Chegando a Outubro, com o início do novo ano letivo, as árvores serão transportadas para a Universidade de Aveiro. Desafiaremos a comunidade académica a adotar uma árvore e desta cuidar até ser plantada, no próximo ano, em Estarreja. A partir do momento que se entregam as árvores para adoção, os participantes (“adotantes”) passam a ter acesso ao Guia Plantar o Futuro, uma espécie de manual de instruções sobre como manter as suas árvores, a que se junta informação sobre a floresta portuguesa, as espécies exóticas (e invasoras) mais comuns, a forma correta de plantar uma árvore, entre outros factos interessantes. Têm também acesso à Linha de Apoio, um contacto que permite aos participantes esclarecer dúvidas com os nossos voluntários, com o importante apoio técnico-científico do Departamento de Biologia

Em jeito de celebração do Dia da Floresta Autóctone (23 de Novembro) realizar-se-á um Fórum de Partilha de Boas Práticas, em Estarreja, sobre a Floresta Nativa “do futuro”, num contexto de alterações climáticas, com uma perspetiva ambiental, mas também económica, política e social. Já em Dezembro, por forma a garantir a formação e capacitação dos nossos voluntários para as ações de reflorestação que se seguem, voltaremos a organizar um Workshop de Campo, exclusivo para a nossa equipa.

À medida que nos aproximamos da altura das chuvas, em meados de Fevereiro e Março, teremos as Ações de Reflorestação, Visitas Interpretativas e Atividades de Controlo de Plantas Invasoras. Estas atividades procuram oferecer aos participantes um entendimento mais completo da importância das árvores que estão a plantar, para o ecossistema e ambiente, mas também para a comunidade, com todos os “serviços de ecossistema” que as árvores nos oferecem.

Convidamos quem nos segue a acompanhar o projeto nas nossas redes sociais, Instagram e Facebook e desafiamos toda a comunidade académica a, chegando a Outubro, adotar uma árvore nativa e “fazer crescer esta ideia”! 

O Plantar o Futuro é organizado pela Agora Aveiro em colaboração com a Universidade de Aveiro e o Município de Estarreja. Conta com o Glicínias Plaza como "Main Partner", a RODI Industries, a MacroMakers e a Caetano Auto como “Golden Partners” e a SIRO - Substratos Profissionais como “Silver Partner”. É feito em parceria com a Comissão de Faina de Biologia, o Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, o Núcleo de Estudantes de Biologia - AAUAv, a Faina Académica e o Exodus Aveiro Fest. Tem ainda o apoio do Município de Aveiro, do Programa "Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas" e do IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P..

Helder Berenguer