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Estivemos na 3ª, e última, fase da formação internacional ACTing For Change

Tempo estimado de leitura: 4 minutos e 6 segundos

© Nuno Brízida

Escusado será dizer que os tempos que vivemos são, no mínimo caricatos, mas nem assim a vontade de ir à descoberta se esconde e, assim, um grupo de jovens da União Europeia voltou a desafiar convenções e preconceitos. 

Os nossos voluntários, Sofia Oliveira, Nuno Brízida, Liliana Macedo e Diogo Martins mal sonhavam com a viagem que os esperava ao embarcarem para aquilo que pensavam ser só mais uma Formação Internacional. 

Decidiram desafiar o receio e partir para a Holanda, mais precisamente para a pequena vila de Ommen em busca da Associação Olde Vechte e do Curso de Formação “ACTing For Change”.

Aquilo que esperavamos vir a ser uma simples partilha de conhecimento teórico sobre Teatro Social, transformou-se em 4 dias de pura imersão e conexão com o grupo, a temática e uma descoberta pelo nosso ser mais íntimo. 

Viajámos no tempo, conhecemos bruxas, aterramos na lua, chegámos ao limite do tempo e superamos a timidez. Durante 4 dias fomos todos atores e atrizes, talvez algo mais, aprendemos a valorizar o movimento e descobrir como o nosso corpo é capaz de criar as mais comoventes figuras.  

Não foi só uma formação sobre teatro. Foi partilha de medos e inseguranças, foi aceitação, harmonia.  Desde workshops de escrita criativa e storytelling, a momentos de reflexão (com direito a meditação) e de expressão corporal. Dançámos, cantámos, atuámos. Fomos felizes.

Para terminar em grande tivemos ainda o privilégio de assistir, ao vivo, ao festival da canção de 2020 em Ommen, recheado de talento e muita emoção.

Regressam os nossos voluntários, repletos de ideias, vontade de fazer acontecer, de proporcionar aos que os rodeiam, a experiência que é a liberdade do movimento. Porque todos sabemos dançar, todos sabemos cantar, todos podemos atuar na nossa comunidade. Não importa a idade, o género, a nacionalidade, todos podemos expressar-nos porque tudo o que precisamos vive dentro de nós.

Há rumores de que parte do que foi adquirido já se espalhou pelos metros e estações da Holanda; demonstrações públicas de dança e liberdade foram avistadas  por transeuntes curiosos. Quem sabe, talvez cheguem a Portugal?

Eis o que dois dos meus companheiros nesta aventura têm a partilhar: 

Testemunho de Diogo Martins

De olhos brilhantes e coração cheio, acabo de voltar a casa depois de participar no curso ACTing for  Change. Foi uma experiência rica em grandes descobertas de novos mundos interiores e também trazidos por todas as pessoas que participaram e organizaram este programa. As ferramentas partilhadas focavam exercícios de teatro, voz e expressão corporal como mote para a criação de um universo de inclusão, que representa precisamente a minha busca diária. Espero que, depois de sedimentada toda a mescla de emoções que trago, possa tornar-me também eu uma semente de mudança na minha cidade e criar o mesmo ambiente de intimidade, segurança, cuidado, cheio de potencialidades para uma nova revolução individual e colectiva.

Testemunho de Sofia Oliveira

O ACTing for Change para mim foi mais do que um Training Course. Durante quatro dias mais de duas dezenas de pessoas vivenciaram uma experiência única, onde os seus corpos e mentes estiveram em sintonia, harmonia e 100% focados em Ommen. Quantas vezes temos a oportunidade de vivenciar experiências sem distrações ou sem ser afetados por problemas externos? Muito poucas. Saí de Olde Vechte mais consciente da importância da utilização do teatro e da linguagem corporal para a sensibilização e resolução de alguns problemas da minha comunidade local. Saí de Olde Vechte com a certeza que é possível fazer a diferença. Saí de Olde Vechte com um sorriso e a querer mais e mais (para mim e para a minha comunidade).

Este projeto foi financiado pelo Programa Erasmus+ e respeitou todas as medidas de segurança relativas ao novo coronavírus.
A mudança será sempre possível, juntando o grupo certo de pessoas. Um enorme obrigada a todos aqueles que fizeram p(arte) desta viagem transcendente. Que a arte seja sempre a nossa melhor arma.

Liliana Macedo