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O SVE da Martina

Esta é a história do Serviço Voluntário Europeu da Martina. Após os 11 meses de duração do seu serviço de voluntariado é assim que ela se sente

Tempo estimado de leitura: 3 minutos e 23 segundos

Vim para Portugal para ser voluntária. Durante onze meses, trabalhei num jardim-escola onde a educação das crianças tem uma abordagem liberal. Antes do início do projeto, estava cheia de ideias sobre como poderia dar o meu contributo pessoal e sobre o quanto iria aprender através das oportunidades que a organização de acolhimento me iria proporcionar. Estava também curiosa por saber se as minhas competências iriam deixar uma marca relevante no projeto. Tinha expetativas de desenvolver as minhas competências e de experienciar um ano memorável com toda a alegria que ele me podia dar.

Os primeiros dois meses foram repletos de esperanças, boas intenções e paciência. Senti que estava a renascer aqui. Houve muita informação nova para absorver bem como emoções positivas e negativas para gerir. Ao mesmo tempo, as questões que tinha por responder eram muitas assim como os desafios por conquistar. Parece que estes meses passaram a voar.

Depois, parece que tudo acalmou e tive mais tempo para refletir e ter a consciência de tudo o que se tinha passado até então. Ao começar a trabalhar num ambiente novo, com pessoas e crianças que não conhecia e que falavam uma língua que ainda não entendia, era difícil não terem surgido dificuldades. Foi aí que comecei também a perceber que trabalhar naquele jardim-escola não era apenas sobre mim e era muito mais que simplesmente implementar as minhas ideias. Comunicar com as crianças e os meus colegas revelou-se mais difícil do que esperava e então, após alguns episódios, comecei a refletir. Analisei o que estava a fazer de errado e correto e parece que de alguma forma consegui analisar-me além da minha perspetiva – Penso que isto foi o mais importante que aconteceu.

Muitas foram as situações que me levaram a ver o que acontecia de outra perspetiva e a estar de mente aberta, levando também a novas formas de interpretar e resolver problemas. Aprendi como se trabalha numa equipa internacional, a aceitar a sua forma de trabalho sem ter medo de expressar a minha opinião. Conheci os meus limites e como não permitir que os outros os ultrapassem. Fiquei mais relaxada e adaptável a mudanças que escondem experiências desconhecidas. Apercebi-me que tenho de ser muito paciente e correr riscos se quero atingir os meus objetivos. E bem, claro que aprendi muito que pode mudar a minha vida e a forma como vejo o mundo para sempre. No entanto, também houve vários momentos em que não analisei nada, simplesmente abrandei, desfrutei e vivi o momento.

Não posso deixar de mencionar os inúmeros sítios deslumbrantes, originais, fora do comum que visitei aqui. Tantas aventuras mirabolantes que me fizeram mais forte, dar valor e poupar o dinheiro que recebi. As relações que estabeleci com as pessoas que conheci e com as crianças com quem trabalhei deram-me imensas emoções positivas. Estar num país diferente durante quase um ano, leva-nos a fazer o que não faríamos na nossa vida normal.

Este ano de pausa, foi também uma forma de transição para esta nova fase da minha vida e deu-me tempo para aceitar que, a partir de agora, já não sou uma estudante. Sou um adulto responsável que tem de colocar em prática tudo o que aprendeu. Assim, estou ansiosa à espera do que o futuro me vai trazer, parece que o meu SVE ainda não acabou.

Agora Aveiro